Cerca de 60 ciclistas — incluindo muitos ciclistas de palmo e meio!
No passado domingo, 1 de junho, as ruas de Condeixa encheram-se de alegria, campainhas a tocar e muitas pedaladas. A Kidical Mass voltou a mostrar que há vontade e espaço para uma mobilidade mais segura, inclusiva e amiga das crianças.
Foi uma celebração sobre duas rodas, por uma vila onde todas as idades possam pedalar com confiança e segurança.
Ficamos agradecidos a todos os que participaram, apoiaram e ajudaram a tornar este momento possível, em particular aos Bombeiros Voluntários de Condeixa, que nos escoltaram e tornaram possível a articulação com a GNR.
Data: Sábado, 31 de maio Hora: 15h30 Local: Biblioteca Municipal Eng. Jorge Bento, Condeixa
No sábado, dia 31 de maio, temos “Uma Rua para Sonhar” na Biblioteca Municipal, uma atividade para os mais pequenos que junta leitura, criatividade e cidadania ativa!
Primeiro, vamos ler uma história sobre um menino que sonha com uma rua mais segura e bonita para todos. Depois, vamos pôr mãos à obra e criar cartazes para miúdos e graúdos levarem no passeio de bicicletas do dia seguinte.
Tragam canetas, marcadores ou lápis de cera — a participação é gratuita, mas cada um pode ajudar trazendo o seu material criativo.
Esta iniciativa insere-se no âmbito da Kidical Mass, um movimento internacional que defende o direito das crianças (e de todos) a deslocarem-se em segurança de bicicleta ou a pé nas suas ruas. Todos os anos, por esta altura, milhares de pessoas participam em passeios e ações simbólicas para mostrar que as ruas também podem ser lugares seguros, lúdicos e acessíveis para os mais pequenos.
Inscrições A participação é gratuita, mas as inscrições são limitadas e obrigatórias e podem ser feitas através dos seguintes contactos: 239940140 ou biblioteca@cm-condeixa.pt (nome e idade criança/jovem; nome e contacto telefónico acompanhante)
Organização Esta atividade é co-organizada pela Biblioteca Municipal Eng. Jorge Bento, e os movimentos Condeixa Para Pessoas e Coimbr’a Pedal, com o apoio da Câmara Municipal de Condeixa.
No próximo dia 1 de junho (domingo) — Dia da Criança! — a Kidical Mass regressa a Condeixa pela 3.ª vez.
Inspirado na Massa Crítica (pedalar em grupo por mais espaço público seguro), a Kidical Mass é um evento internacional protagonizado por crianças que procura tornar as ruas mais amigas das crianças (e de todos) através da chamada de atenção para a necessidade de se criarem condições para estas se poderem deslocar de bicicleta e a pé em segurança.
O encontro é no museu PO.RO.S às 10:00h. Daí faremos um percurso de bicicleta fácil passando pelas escolas e pela Praça da República regressando novamente ao ponto de partida. Não é necessária inscrição. Contamos convosco!
Na véspera, sábado, dia 31 de maio, na Biblioteca Municipal, teremos uma atividade para os mais pequenos que junta leitura, criatividade e cidadania ativa! Mais informações aqui.
Neste final de ano letivo 2024/2025, em preparação para o projeto «Condeixa tem pedalada», planeado pela CM de Condeixa e pela Bicicultura, estamos a organizar dois comboios de bicicleta e a pé, em jeito de projeto piloto, com o apoio de vários pais e professores voluntários, da associação PAIS+, e da Youth.cdx. Inscreva-se aqui.
Faremos dois comboios nos dias 17 e 24 de junho.
O que são comboios de bicicleta e a pé?
Estes «comboios» são grupos organizados de crianças que vão a pé ou de bicicleta para a escola, acompanhadas por adultos voluntários (os «maquinistas»), seguindo percursos com paragens e horários pré-definidos.
Com esta iniciativa, pretendemos promover a autonomia infantil, o convívio comunitário e a segurança nas imediações escolares.
Em vários municípios e agrupamentos escolares, este género de iniciativa tem sido apoiado no âmbito de políticas públicas de mobilidade escolar, p. ex.: CicloExpresso e PéPedal. Alguns vídeos de iniciativas semelhantes: Lisboa (#1, #2, #3), Aveiro (#1, #2), Braga, Palmela, Almada, entre outros.
Cá em Condeixa, já fizemos alguns mini-comboios durante o mês de maio com pais e voluntários:
Quais serão os percursos e horários?
Os percursos e horários serão construídos em função das inscrições, mas criámos desde já estas rotas preliminares. Tipicamente, cada comboio é feito uma vez por semana e apenas no sentido casa-escola.
Quais são as regras de funcionamento?
Para os comboios de bicicleta:
Asseguramos a presença de, no mínimo, 1 maquinista por cada 4 crianças. Um maquinista principal deve seguir à frente e outro atrás. Os restantes maquinistas devem fazer caixa de segurança ao lado das crianças e cortar o trânsito nas interseções, quando necessário.
Não devem seguir mais do que duas pessoas lado a lado, sendo que a criança fica sempre do lado de dentro.
Ascrianças nunca podem ultrapassar o maquinista principal.
O código da estrada deve sempre ser cumprido. Os comboios não devem seguir em passeios nem em contramão. Devem assinalar as viragens e aproveitar o percurso para transmitir as boas práticas aos mais pequenos.
Os horários das paragens devem ser cumpridos.
As crianças devem manter alguma distância entre elas para evitar quedas no caso de paragens rápidas, mas manter a coesão do comboio.
As crianças devem circular com calma, sem competições, e sem se encostarem demasiado às bermas ou aos carros estacionados.
No âmbito das celebrações do Dia Internacional da Proteção Civil organizadas pela CIM-RC e para CM de Condeixa, participámos, em representação da MUBi — Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta, com uma apresentação sobre Planos de Mobilidade Urbana Sustentável e como estes constribuem para a segurança rodoviária.
No passado dia 29 de setembro 2024, domingo, pelas 10h00 da manhã, fizemos um percurso em estrada de 5 km, com início e fim na Junta de Freguesia de Condeixa-a-Velha, pela vila de Condeixa-a-Nova com crianças, jovens e adultos. Fomos acompanhados pela GNR e pelos Bombeiros Voluntários de Condeixa.
Este evento inseriu-se na Kidical Mass (Massa Crítica de Crianças), um movimento global que procura responder e dar visibilidade à necessidade e vontade das famílias usarem modos ativos nas suas deslocações diárias (bicicleta, caminhar, patins, skate, etc.), exigindo a melhoria da infraestrutura ciclável e a pacificação das ruas, principalmente nas envolventes escolares. O mote da Kidical Mass é “Espaço para a próxima Geração”.
A grande novidade desde a última edição é o facto da Câmara Municipal de Condeixa ter abraçado o projeto dos Comboios de Bicicletas.
Um comboio de bicicletas é um grupo de crianças que vão para a escola de bicicleta, acompanhadas por adultos monitores. Tal como um «comboio» normal, o comboio de bicicletas tem um percurso e horário definidos, e qualquer criança pode ir nele até à escola. Os comboios de bicicletas em Condeixa serão organizados pela Bicicultura, no âmbito do seu projeto CicloExpresso. Convidamo-vos a assistir ao vídeo da apresentação do projeto que fizeram no Museu PO.RO.S no passado dia 17, durante a Semana Europeia da Mobilidade.
Por isso, este passeio foi também uma oportunidade para refletir sobre as barreiras que a vila de Condeixa apresenta para as crianças nos percursos para as escolas, sendo que a principal será, sem dúvida, a sensação de insegurança oferecida pela infraestrutura rodoviária.
O Manifesto Cidades Vivas da MUBi (Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta) propõe um pacote de medidas que os municípios podem e devem tomar no sentido de reduzir o perigo rodoviário e melhorar a segurança e o conforto dos utilizadores mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas com mobilidade reduzida, etc). Esse manifesto propõe a seguinte estratégia para reduzir o perigo rodoviário:
Redução da quantidade de automóveis (p. ex., desviando ou desincentivando tráfego de atravessamento);
Redução da velocidade dos automóveis (p. ex., estabelecendo 30 km/h como limite de velocidade dentro da vila, à semelhança do que já acontece em todas as localidades da nossa vizinha Espanha);
Proteção das interseções (passadeiras, cruzamentos, rotundas, etc);
Construção de canais dedicados à bicicleta e ao andar a pé (passeios mais largos, ciclovias, ruas pedonais ou ciclopedonais, etc).
Com esta estratégia em mente, convidamo-vos a ter um olhar crítico sobre o percurso que passou pelas duas escolas do 1.° ciclo da vila.
Alguns exemplos:
Entroncamento entre a Travessa do Hospício e a Rua Dr. Simão da Cunha
Importante ponto de acesso às piscinas municipais, à escola secundária e à EB n.° 3, sofre de falta de passeios, excesso de velocidade e fraca visibilidade causada pela localização dos contentores do lixo e, por vezes, agravada por estacionamento abusivo.Sentido de trânsito na Rua Fernando Namora
Muitos sentidos únicos na vila foram pensados para regular o automóvel. Isso é positivo. Mas além disso, uma solução, muito utilizada noutros países, que melhora o conforto e a segurança dos ciclistas é estabelecer também contrafluxos (sentido único para automóveis, duplo sentido para bicicletas).
Nota importante: neste percurso percorremos parte da Rua Fernando Namora (o acesso à escola apenas) em sentido contrário, com a supervisão da GNR, no sentido de ilustrar a solução de contrafluxo e não como incentivo anti-pedagógico à transgressão das regras de trânsito vigentes.Rotunda do Museu PO.RO.S
Esta rotunda está sobredimensionada com raios de viragem generosos que permitem velocidades excessivas. As passadeiras excessivamente afastadas da rotunda são desconfortáveis para os peões que muitas vezes optam por atravessar pela estrada.Ligação entre a Rua Dr. Alfredo Pires de Miranda e a Rua Professor António Mateus (antiga Rua n.° 3 da Urb. Qta. de São Tomé)
Este é um exemplo, entre muitos, de uma estrada não asfaltada que, por ser pouco apelativa para o trânsito automóvel, torna-se um bom caminho ciclopedonal. No entanto, nem sempre o tratamento que é feito ao piso é pensado nessa função. Por exemplo, recentemente foi colocada gravilha grossa que é desconfortável para peões e ciclistas.
Podem partilhar connosco outras observações e sugestões para kidicalmass@condeixaparapessoas.pt para que possamos compilar uma lista de barreiras à ciclabilidade da vila que possamos fazer chegar à Câmara Municipal, com o objetivo de contribuir para tornarmos a vila de Condeixa mais inclusiva para com as crianças e não só.
A Semana Europeia da Mobilidade é uma campanha europeia que decorre anualmente tendo este ano como tema o «Espaço Público Partilhado». Esta iniciativa promove a mobilidade sustentável e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida nos nossos municípios.
Nesse sentido, colaborámos com a Câmara Municipal de Condeixa e convidámos especialistas em mobilidade sustentável vindos da academia e da sociedade civil para uma sessão aberta ao público no passado dia 17 de setembro 2024, no auditório do Museu PO.RO.S. em Condeixa. Esta foi a primeira vez que Condeixa participou nesta campanha.
O grande destaque desta sessão foi, do nosso ponto de vista, o anúncio da CM Condeixa da compromisso de implementar em Condeixa o projeto CicloExpresso para promover comboios de bicicletas: grupos de crianças que vão para a escola de bicicleta, acompanhadas por adultos monitores. Tal como um «comboio» convencional, o CicloExpresso tem um percurso e horário definidos, e qualquer criança pode ir nele até à escola. A apresentação do André Dias da Bicicultura começa aqui: 01:09:30.
João Monteiro — munícipe de Condeixa, investigador no CITTA e fundador da Reabilita Coimbra — falou-nos da importância de andar a pé e de bicicleta e dos problemas inerentes à dispersão territorial da Região de Coimbra.
00:00:00 Sessão de Abertura (Ana Manaia — CM Condeixa) 00:06:10 Apresentação Plano Municipal de Ação Climática (Bruno Cunha — Bizfuture) 00:48:15 Cidades em Movimento: O Poder dos Modos Ativos (João Monteiro — Reabilita Coimbra) 01:09:30 CicloExpresso: Condeixa tem pedalada! (André Peres Dias — Bicicultura) 01:26:25 Por um novo paradigma de Mobilidade: uma transição urgente e fundamental (Mário Alves — MUBi) 01:53:04 Encerramento (Nuno Moita — CM Condeixa)
Contributo conjunto dos coletivos Coimbr’a Pedal e Condeixa Para Pessoas para a Discussão Pública do PMAC de Condeixa-a-Nova.
Ponto prévio — prazo para consulta pública
O edital n.º 102/2024, de 20 de agosto de 2024 torna público que se encontra em consulta pública o documento “Plano Municipal de Ação Climática – PMAC Condeixa-a-Nova” por um prazo de 10 dias contados desta data.
Defendemos que estes planos devem garantir transparência e participação desde as fases iniciais, de forma ampla, regular e estruturada, assegurando soluções cocriadas e construídas com as comunidades durante todas as etapas. A circunstância de agosto ser tipicamente um mês de férias, aliado a um prazo curto reduz a capacidade para que os potenciais interessados apresentem contributos devidamente ponderados, pelo que se sugere que o referido prazo seja prorrogado.
Eixo “Sector dos Transportes”
Medidas de mitigação: anexo Sector dos Transportes (p. 128 ss)
Refere-se na p. 68 do plano que, segundo dados referentes a 2019, o sector dos transportes “foi o sector com mais emissões no Município (54%)”.
Tendo em conta esta realidade, este sector poderia ter medidas mais ambiciosas e mais detalhadas. Nomeadamente, não é abordada aquela que será provavelmente a principal barreira física à mobilidade ciclável e pedonal em Condeixa-a-Nova: o IC2.
Sendo certo que se trata de um eixo viário da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), julgamos que este plano não poderá estar completo sem incluir diligências políticas junto dessa entidade assim como o estudo e implementação de medidas de mitigação que melhorem a segurança e conforto dos munícipes que pretendam atravessar esta estrada a pé ou de bicicleta.
Mais genericamente, falta em Condeixa-a-Nova a elaboração de um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, cuja obrigatoriedade foi também determinada pela Lei de Bases do Clima (Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro).
Objetivo T01 – Incremento da descarbonização e reforço da mobilidade sustentável
Medida T01.4 – Serviços de transporte urbano municipal em autocarro elétrico
Saudamos a intenção de duplicar o número de serviços. Consideramos que seria importante estudar o público-alvo deste serviço de transportes, perceber o que poderia melhorar a adesão dos utilizadores e planear medidas que promovam a sua utilização como por exemplo, a inclusão das rotas e horários em aplicações como o Google Maps e semelhantes ou, no âmbito da comunidade a escolar, a promoção de programas como a Serpente Papa Léguas.
A Serpente Papa Léguas trata-se de um projeto para escolas do pré-escolar ao 2.º ciclo do ensino básico, criado na Bélgica, que se iniciou em Portugal em 2014, pela mão de um projecto europeu de 3 anos, sendo desde então a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), o ponto focal nacional do projeto. Este jogo tem sido implementado em várias escolas do país, com a colaboração de diversos implementadores locais, sendo um dos principais e mais entusiastas desde o início do projeto a Câmara Municipal de Évora. O Jogo é sempre gratuito para as escolas, é simples, flexível e adaptável às necessidades, podendo ser articulado com vários temas e efemérides, pois oferece uma perspectiva abrangente e interdisciplinar.
Questionamo-nos sobre qual o âmbito geográfico desta medida, se será implementada em concertação com os concelhos vizinhos, se por intermediação da CIM – Região de Coimbra, e como se relaciona, em termos de planeamento, com a criação de uma rede ciclável.
Objetivo T02 – Aumento da extensão de vias de zero emissões (km) e de baixas emissões
Medida T02.1 – Reconversão de vias rodoviárias tradicionais por vias pedonais e de mobilidade elétrica
Questionamo-nos sobre quais as zonas da vila e/ou do concelho onde se prevê adotar esta medida.
A par da pedonalização, parece-nos importante também melhorar as condições dos passeios e passadeiras existentes, assegurando a existência de uma rede pedonal contínua, direta e segura. Isso implica, na nossa opinião:
Combater o estacionamento abusivo que constitui um obstáculo à circulação pedonal e acelera a deterioração dos passeios, notória em várias zonas da vila;
Arborizar mais ruas para melhorar o conforto dos peões, eliminando ilhas de calor, em particular nos meses de verão;
Colocar mais pontos de estadia e de fruição urbana (com a instalação de mobiliário urbano, de elementos de sombreamento e de pontos de água);
Reduzir o tráfego automóvel de atravessamento no centro da vila de Condeixa-a-Nova.
Medida T02.2 – Implementação do limite de velocidade de 30 km/h nos centros urbanos
Defendemos que o limite de 30 km/h deve ser generalizado à zona urbana da vila, assim como às áreas urbanas consolidadas das restantes localidades do concelho. Esta é, de resto, uma tendência que se verifica na Europa, tendo já sido adotada a nível nacional na vizinha Espanha.
Além disso, parece-nos prioritário tomar medidas, físicas e/ou de fiscalização, que efetivamente reduzam a velocidade em vias onde já foi determinado o limite de 30 km/h. São casos paradigmáticos de incumprimento a Rua de Tomar e a Rua da Senhora das Dores onde as velocidades praticadas são muitíssimo superiores ao limite de 30 km/h estipulado pela sinalização vertical. Estas medidas de acalmia de tráfego podem passar pela redução da largura das vias de tráfego automóvel, plataformas sobrelevadas de atravessamento pedonal, radares de velocidade, câmaras de semáforos, entre outras.
No centro da vila, parece-nos especialmente relevante a reconversão de vias como a Av. dos Bombeiros Voluntários, a Rua D. Elsa Sotto Mayor ou a Rua Dr. Simão da Cunha em ruas urbanas ao invés de serem estradas marcadas por tráfego de atravessamento.
O plano indica como dificuldades e obstáculos a esta medida o «descontentamento por parte da população» e o «provável impacto económico em empresas sediadas nas Zonas de Zero Emissões». Que estudos sustentam esta afirmação? A título de exemplo, um artigo recente no Público diz-nos «Ciclovias são más para o negócio? Não, mostram estudos, mas não há dados sobre Portugal» e os especialistas sugerem que as autarquias devem mostrar exemplos e casos de sucesso de outras localidades e envolver as populações nos projetos. Estão previstas ações desse género neste âmbito?
Objetivo T03 – Aumento da mobilidade suave no território (km)
Este objetivo tem apenas duas medidas associadas, a T03.1 – Criação de ciclovias urbanas e T03.2 – Comemoração da Semana Europeia da Mobilidade que nos parecem insuficientes.
A bicicleta é um modo pouco poluente, saudável, económico e que consome pouco espaço urbano, ao contrário do automóvel. Para além disso, a bicicleta convencional é o modo mais rápido em meio urbano até aos 5 km, em termos de deslocações porta-a-porta, e a bicicleta com assistência elétrica o modo mais rápido até aos 10 km, sendo competitiva com o automóvel em distâncias até aos 20 km. Isto significa que a bicicleta tem o potencial para competir com o automóvel em virtualmente qualquer deslocação dentro do concelho de Condeixa-a-Nova e também em deslocações para concelhos vizinhos, nomeadamente deslocações pendulares de e para Coimbra.
Fig. 1 — 3 círculos com raios de 5, 10 e 15 km centrados no centro da vila.Fig. 2 — distâncias de viagem entre várias localidades do concelho e o centro da vila.
Dado este potencial, sugerimos que sejam estudadas outras ações a integrar no plano, como por exemplo:
Promoção de ligações cicláveis intermunicipais;
Estudar a criação de uma rede ciclável na vila e entre as várias localidades do concelho;
Criação de programas de incentivos à compra de bicicletas;
Instalação de estacionamentos para bicicletas que sigam as normas e recomendações do IMT e da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta;
Combate e fiscalização do estacionamento automóvel abusivo;
Criação de áreas envolventes de escolas seguras e menos poluídas, limitando o tráfego de atravessamento (como p. ex. o tráfego de atravessamento gerado no Centro Escolar pelos pais de alunos da escola Fernando Namora) e as velocidades permitidas. Melhorar as acessibilidades a pé e em bicicleta aos estabelecimentos de ensino, promovendo hábitos de mobilidade saudáveis e sustentáveis por parte da comunidade escolar. Implementação de Comboios de Bicicletas (c.f. CicloExpresso) e Autocarros a Pé;
Promoção da intermodalidade da bicicleta com os transportes públicos, com a criação de acessos seguros e confortáveis em bicicleta às interfaces de transporte e a instalação de parqueamentos seguros (de longa e de curta duração) para bicicleta, em quantidade adequada, nestas interfaces;
Programa, estruturado e continuado, de formação de técnicos da autarquia (de diversas valências, como educação, comunicação, saúde pública, ambiente, urbanismo, mobilidade) nas áreas da mobilidade ativa e cidadania rodoviária.
Medida T03.1 – Criação de ciclovias urbanas
A principal barreira à utilização da bicicleta é o perigo rodoviário. A redução do perigo rodoviário deve procurar, prioritariamente, uma redução efetiva do perigo para todos os seus utilizadores, identificando e controlando as principais fontes de ameaça.
Consequentemente, defendemos que a segurança e o conforto das pessoas que se deslocam de bicicleta ou a pé devem ser aumentados pela aplicação da seguinte hierarquia de tomada de decisão:
Redução do volume de tráfego motorizado;
Redução da velocidade de circulação do tráfego motorizado;
Tratamento das interseções e gestão de tráfego que aumentem a segurança de todos os utentes.
Finalmente, e para os casos em que se assuma que é politicamente inaceitável, com fundamento técnico, a redução de velocidades ou quantidade de veículos em circulação para valores compatíveis com os mais vulneráveis:
Redistribuição do espaço afeto à circulação motorizada para a implementação de passeios mais largos e/ou canais dedicados à circulação de bicicletas.
Assim, a eficiência da bicicleta e a segurança dos seus utilizadores consegue-se pela integração deste veículo de forma plena e segura na rede viária, devendo disponibilizar-se vias reservadas, de utilização não obrigatória, apenas quando absolutamente necessário ou complementar (em corredor independente da rede viária).
Por outras palavras, a criação de ciclovias urbanas, sendo uma medida importante, não será eficaz se não estiver integrada numa rede viária segura e confortável na sua globalidade.
Por fim, apelamos à divulgação pela Câmara Municipal dos planos existentes para a criação de ciclovias com vista à sua discussão pública.
No passado dia 28 de abril 2024, domingo, pelas 10h00 da manhã, fizemos um percurso em estrada de 5 km, com início e fim na Junta de Freguesia de Condeixa-a-Velha, pela vila de Condeixa-a-Nova com crianças, jovens e adultos. Fomos acompanhados pela GNR e pelos Bombeiros Voluntários de Condeixa.
Este evento inseriu-se na Kidical Mass (Massa Crítica de Crianças), um movimento global que procura responder e dar visibilidade à necessidade e vontade das famílias usarem modos ativos nas suas deslocações diárias (bicicleta, caminhar, patins, skate, etc.), exigindo a melhoria da infraestrutura ciclável e a pacificação das ruas, principalmente nas envolventes escolares. O mote da Kidical Mass é “Espaço para a próxima Geração”.